Acalmando as tempestades internas
Marcos 5:34-41
Um dos maiores desafios desta pandemia tem sido o fato de voltarmos para
dentro de casa. Em um tempo onde a maioria das pessoas apenas dormiam em suas
residências, pois o trabalho e o lazer, em grande parte se dava fora dos
limites do lar; ficar trancafiado em família trouxe uma série de problemas que,
até então conseguiam passar desapercebidos ou mesmo serem escondidos atrás da
desculpa de uma “rotina puxada”.
Com tantos problemas internos vindo à tona de uma vez, houve um grande
aumento no número de divórcios, de doenças emocionais e até mesmo de suicídios.
Isso a mídia não mostra, pois, eles precisam continuar doutrinando as massas a
ficarem em casa para o aumento do caos que traz tantos benefícios e lucro a
eles mesmos.
Mas o que fazer diante de tantos problemas? Como reagir a tantos desafios
ao mesmo tempo? Como conciliar home-office, para os que ainda tem
emprego, aulas online, tanto para os filhos como para os adultos que
estudam? Tudo isso aliado às pesadas sequelas físicas, mentais e emocionais que
o vírus deixa em parte da população.
Aquilo que lutávamos para manter em ordem e que nos garantia o mínimo de
dignidade em nossa vida foi abalado como se uma grande tempestade viesse para
devastar de vez com tudo. Casa, trabalho, família e saúde foram diretamente
afetados e desestabilizou a vida de muita gente.
Temos muito a aprender com o episódio onde Jesus, de um barco, acalma a
tempestade.
1 – Você terá que
completar o percurso – v. 35
É preciso chegar do outro
lado. Lembro-me do trecho do famoso hino “se as águas do mar da vida quiserem
te sufocar...” Cruzar o oceano dos
dias nesta terra não é tarefa fácil.
Existem dois tipos de pessoas na companhia de Jesus no barco, os
discípulos, escolhidos a dedo e que tinham autoridade dada por Ele para
operarem milagres e maravilhas; haviam também, os experientes pescadores que,
com certeza, já haviam enfrentado situações semelhantes, antes de encontrarem a
Cristo. Com um detalhe, esses dois tipos são as mesmas pessoas.
Podemos comparar nossa mente com o barco, o mar da Galileia com nossa
jornada e o vento e as ondas com as adversidades que enfrentamos.
Deus nos deu uma vida com uma missão e um dia teremos que chegar do outro
lado e prestar conta a Deus do que fizemos dela (Ec 12:7; 2 Co 5:10).
Enquanto a tempestade estava fora do barco, eles estavam
suportando, mas quando a água começou a subir do lado de dentro, os discípulos
clamaram pelo Mestre. Não há nada de errado clamar por Cristo, o problema está
em nos deixarmos naufragar, esperando que Ele faça aquilo que nós deveríamos fazer.
Razão pela qual Ele repreende-os.
Manter o equilíbrio é sempre uma tarefa nossa. Temos tudo
que é necessário para termos uma mente equilibrada, o problema é que nem
sabemos ao certo como fazer isso. O que revela dois grandes problemas, ou nossa
falta de conhecimento a respeito do assunto ou a falta de interesse, pois
sempre temos alguém que acalma a tempestade por nós. Seja um pai ou parente que
ajuda nas finanças, um patrão legal que adianta um vale; seja um líder ou
pastor que ora e jejua por mim, já que não tenho muito tempo para isso, enfim,
alguém para cuidar dos filhos, tem até aqueles que colocam a culpa em Deus ou
no diabo quando as coisas dão errado, menos em si mesmo.
Temos que assumir o leme de nossa vida, na certeza de que Cristo está em
nosso barco. Ele faz muito por nós, mas não fará tudo por nós. A falta de
entendimento destas questões tem feito muitos cristãos viverem à deriva ou
naufragarem na fé diante das tempestades da vida.
Existem duas naturezas dentro de
nós. O velho homem e a nova criatura. Alguns textos chamam de natureza carnal e
homem espiritual. Assim como no barco haviam os profissionais da pesca (velha
natureza) e os apóstolos (pescadores de homens) (Mt 4:19).
Assim como os discípulos conheciam
aquelas águas, nós também podemos nos julgar que conhecemos este mundo. Nossa
natureza carnal, pecaminosa, vive querendo navegar pelos pântanos do pecado,
assim como os apóstolos voltaram a pescar após a morte de Jesus (Jo 21:3).
A tempestade se instala em nossa
mente quando achamos que temos muito a perder nesta vida; quando nos envolvemos
demais com as coisas deste mundo e nos esquecemos que não pertencemos mais a
ele. Ter Jesus no coração nos conduz à vida eterna, mas colocarmos nossa fé em
ação nos fará viver uma vida abundante durante nossa jornada para o outro lado.
Mesmo após a calmaria dos ventos e
do mar, o pavor agora estava na incredulidade dos discípulos que se admiravam: “quem
é este que até o mar e o vento lhes obedecem?” É como se dissessem: “Não acredito! Como Ele
fez isso?”.
Não se assuste se coisas
extraordinárias acontecerem em sua vida, pelo contrário, Cristo já capacitou
você a realizar obras maiores que as dEle aqui nesta terra, mas tudo vai
depender de nosso equilíbrio mental e espiritual. O que nos traz dignidade hoje
é termos uma fé inabalável e a certeza de que podemos, no poder de Cristo,
vencer as tempestades da vida.
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