Na reta final

2º Timóteo 2:4-7

Você já participou de uma corrida? Mesmo aquelas corridas amadoras de bairro? Com certeza qualquer competição exige um mínimo de preparo, treino e condicionamento físico para, pelo menos, cruzarmos a linha de chegada. Talvez você ou alguém que conheça, seja militar, ou serviu ao exército. Com certeza, essa pessoa teve um tempo considerável de concentração e treinamento longe de casa. Agora, se você já teve oportunidade de plantar alguma lavoura ou de acompanhar o processo, muito provavelmente, foi um dos primeiros a provar dos frutos que, certamente, teve um sabor especial.                 
Em sua segunda carta a Timóteo, seu filho na fé, o Apóstolo Paulo manda que ele reflita sobre os três exemplos acima. Mas o que podemos aprender com eles? Para refletirmos sobre estes exemplos, precisamos nos lembrar dos processos que envolvem cada um deles.

I – Seja um bom soldado – 1 Tm 1:18                                    
           O que determina se um soldado será bem sucedido não é apenas seu treinamento, mas antes de tudo, sua intenção ao se alistar. As razões que o levaram a servir irão determinar como e se vai encarar todo o processo, e mais, como manifestará seu caráter após receber suas patentes. Você conhece aquele ditado que diz: “Quer conhecer uma pessoa, dê poder a ela”? Pois é! Aonde você quer chegar não é tudo, mas porque você quer chegar.  Certa vez um pastor de uma grande igreja estava dando uma entrevista e foi perguntado a ele qual era o alvo de sua igreja e ele respondeu que era ter cinco mil membros. Daí a repórter lhe perguntou: o que vocês farão quando chegarem lá? Não obteve resposta. 
           A questão é: você quer ser rico para que? Você quer ter paz? Qual seu referencial de paz, de sossego, de felicidade, de beleza? O que você fará quando chegar lá? Outra questão: você tem se envolvido com seus objetivos? Ou tem deixado eles de lado e apenas se lamentado por nunca alcança-los? E mais: Toda a sua busca está de acordocom a vontade daquele que o arregimentou para a batalha da vida? Paulo diz que o bom soldado não se envolve com sua vida civil, mas com a vida militar, para agradar aquele que o alistou. A partir do momento em que entregamos nossa vida a Cristo, Ele passa a ser nosso General. Tudo quanto fazemos ou sonhamos tem que estar de acordo com Sua vontade. (Mt 20:20-24)

II – Seja um atleta disciplinado  – 1ª Co 9:25      
         A disciplina do atleta envolve preparação física, psicológica e um afinado conhecimento técnico que envolve sua modalidade. Não podemos negar que a vida é uma disputa. Como dizem os manuais de autoajuda, já vencemos em nossa concepção, na corrida de milhões de espermatozoides. Essa corrida termina com a morte. Fugir ou fingir que não estamos sempre competindo apenas nos trará atrasos nas mais diversas áreas.     
         Talvez você esteja pensando: “poxa vida, mas isso não pode haver no meio cristão, afinal somos todos iguais”. Preciso desapontar você, pois em nenhum lugar na bíblia temos a afirmação de que somos todos iguais. O Reino de Deus não é socialista e nem democrático. É uma monarquia teocrática, ou seja, governada por Ele. O fato de Deus não fazer acepção de pessoas e de amar a todos igualmente, não nos faz iguais. Diante de Deus, a maneira como cada um de nós responde ao seu chamado e se corresponde com Ele em relacionamento diário determina o grau de importância que teremos na eternidade, além da Sua infinita graça e soberania agirem de acordo com Ele mesmo e não conosco. Um dos maiores exemplos disso está em Mateus 20:1-16. Jesus não está falando de salvação, mas de recompensa, aliás, os galardões são outra prova (Rm 2:6, 11; I Co 3:13; Hb 12:6).                      
        Todo atleta se submete a um treinamento rigoroso e precisa competir segundo as regras, nenhum competidor pode prejudicar seu oponente, mas deve ganhar pelo seu próprio esforço. E que vença quem está mais bem preparado. Caso contrário, treine mais e volte a competir.

III – Participe dos frutos – 1 Co 9:7-10
          Embora na evangelização muitos semeiam para outros colherem e muitos colhem o que outros plantaram, precisamos ter em mente que quem dá o crescimento é Deus. Ele sabe qual a parte de cada um no processo da grande seara ( Mt 9:37-38; 1 Co 3:6-9). 
           Poderia falar sobre o processo da lavoura e sobre o trabalho árduo que é a vida no campo, mas pelos processos vistos até aqui já dá para termos uma ideia. Mas uma coisa que chama nossa atenção é a forma como não paramos para “comer dos frutos”. Vivemos a lutar diariamente para conquistar e quando chega um final de ano, como estamos chegando, parece que o cansaço não nos permite usufruir daquilo que lutamos tanto para conseguir. 
             Muitos já começam dezembro fazendo campanhas e planos para o próximo ano. Não que isso esteja errado, mas as datas comemorativas, as confraternizações e o clima amistoso que invade os corações, são para nos lembrar que ainda estamos vivos. Acredito que Deus tenha permitido que o Natal seja no final e não no início do ano, para nos mostrar que só chegamos até aqui por que um dia Jesus nasceu e morreu por nós.
           Temos que nos realizar e produzir o bem-estar de outros. O fato de vermos nossos familiares, amigos, irmãos em Cristo, patrões e empregados, supervisores e chefes bem, isso já deveria ser motivo de gratidão a Deus.  Se permita se sentir realizado ao ajudar o outro a se realizar. Honre seus líderes, agradeça por estarem juntos, pois o importante é todos chegarmos à reta final. 
 

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